18
maio
09

O que é qualidade?

Como falei no meu último post (vá ler se for o caso hehehe), hoje vou falar sobre qualidade.

Com toda esse avanço do MP3, da queda vertiginosa das vendas dos CDs, o quesito qualidade mudou muito de figura.

Hoje mais cedo, estava lendo uma reportagem, aonde uma competição queria que equipes criassem canções que ficassem com menos de 4Kb, e uma equipe se superou, e criou um áudio de dois minutos com somente 1Kb. Uma mp3 convencional tem cerca de 4 megas, com esse espaço você vai armazenar umas 4 mil músicas de 1Kb (se a matemática estiver errada, por favor me corrijam!)

Então ai vem a grande pergunta: E a qualidade disso?

É realmente possível comprimir um arquivo de áudio a esse ponto e ele não perder um pingo de qualidade?

Ok, um arquivo de MP3 não é nada mais que uma sequência imensa de “0”s e “1”s, ou seja, um arquivo como qualquer outro que existe no seu computador, a única diferença é o conversor de digital para analógico que fica na saída, antes de ir para os seus ouvidos. Mas mesmo assim, um arquivo reduzido a este ponto, TEM que ter alguma perda de qualidade, nem seja corte de frequência em algum ponto.

Agora cheguei no ponto X deste meu post.

De que adianta você ouvir um arquivo digital, na melhor qualidade possível, se você utilizar headphones que você pagou 10 reais no camelô?

Eu tenho um homestudio em casa, (se é homestudio, fica em casa né?) E por isso tenho bons monitores de som, então para mim faz alguma diferença, mas em geral, todo esse cuidado com a qualidade bruta, pode ser dispensado?

Vou dar um exemplo técnico, quando você está gravando uma produção, logo no começo tem a opção de quantos BITS você vai trabalhar, 16 ou 24, isso afeta diretamente o tamanho do arquivo no seu computador e o quanto de processamento vai ser necessário.

Se você, no final das contas, for gravar suas músicas para um CD, não arquivo de áudio, e sim um CD convencional, que toca no aparelho do carro, mesmo tendo gravado tudo em 24 Bits, você vai ter que diminuir o seu projeto para 16 Bits.

Mas como estamos falando em arquivos puramente digitais, você poderia trabalhar com seu áudio em 24 bits até o produto final. Porém, vale a pena?

Você vai gastar mais tempo, mais processamento, vai ocupar mais espaço, para ter um arquivo de áudio de maior qualidade, mas essa relação talvez não tenha validade, pois o seu custo x benefício pode não ser notado pelo consumidor do seu produto.

É a mesma coisa que a Nestlé gastar 1 real a mais por chocolate fabricado e por causa desse chocolate não ser consumido na temperatura ideal, esse gasto não poder ser percebido pelo paladar.

Concluído: O seu investimento só vai poder ser notado por muito poucos.

Acho que consegui explicar o ponto, mas agora vou dar a minha opinião.

Eu creio que sim, você deve sempre fazer tudo na melhor qualidade ao seu alcance; se a sua estação de trabalho (computador) aguenta o tranco, grave, mixe e masterize tudo na melhor qualidade possível.

Digo isso, porque em termos de áudio digital, diminuir a qualidade de um arquivo e manter a qualidade do áudio é mais fácil, do que aumentar a qualidade de um áudio de um arquivo originalmente de menor qualidade.

E cada vez mais tamanho de arquivos estão se tornando secundário na internet, HDs cada vez maiores, e banda larga atingindo uma grande parcela da população, e isto no Brasil, que tem um preço de internet 400% vezes maior que na Europa.

Por isso digo: Sempre grave na melhor qualidade ao seu alcance.

Achei engraçado, pois estive recentemente conversando com o jornalista Arthur Dapieve, e ele é um ferrenho defensor das mídias físicas (CDs, LPs e por ai vai) em relação ao MP3. E o que ele disse é uma grande verdade: O MP3 se ouvido em um sistema de qualidade, ainda perde de longe para o CD daonde esta MP3 se originou.

E o que vocês acham?

Queria saber a opinião de vocês sobre isso!

Mais letras estão saindo, no próximo post, eu coloco mais aqui

Beijos e voadoras
White

Fotolog
Myspace (em reforma)
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7 Respostas to “O que é qualidade?”


  1. 1 PH
    18/05/2009 às 6:01 pm

    Maneiro, White… O blog tá muito bom, discussões de qualidade mesmo. Sempre passo por aqui. Seus textos lembram muito esses colunistas estilo cover guitarra, bem didático. Abraço!

  2. 19/05/2009 às 4:19 pm

    Olha, eu tenho headphones horríveis e minha caixa de som só funciona com eles, porque se você os tira não dá pra ouvir nada. É claro que isso compromete o som do que eu ouvir no computador. Mas se for pensando assim, daqui a pouco todo mundo vai ter que comprar cada vez mais aparelhos pra garantir a perfeita recepção do som. E isso é bem complicado pra quem não tem grana ou não tem uma relação maior com isso.
    Essa de comprimir músicas parece ser mais últil pra quem curte ouvi-las no celular, que geralmente tem pouca capacidade e não interessa se o som não é da melhor qualidade…

    Blá, entendo bosta desse assunto, então vou parar de tentar falar sobre. Legal o blog. Achei bem interessante. Principalmente pra leigos como eu entender alguma coisa sobre isso.

    Beijo, medieval man. 😡 uahauha..

    • 19/05/2009 às 4:25 pm

      Oi Stella,

      Por mais “leiga” que você se considere o seu pensamento está correto! Não vale a pena enfiar uma mp3 em uma qualidade alta no Celular, se você não vai aproveitar isso, só vai ocupar mais espaço.

      Por exemplo, no meu iPod, eu coloco as mp3s em 128K de qualidade, porque mais do que isso, não consigo perceber a diferença!

      Valeu pela visita moça!

      Beijão

  3. 19/05/2009 às 10:56 pm

    Vou fazer um comentário diferente do esperado, já que este é um post 100% técnico -e porque eu não sou NADA técnica.

    Colocando toda a questão “produto” de lado, ainda tenho um certo romantismo em relação a fazer música, que não deixa de ser uma obra de arte. Óbvio então que concordo com você quando afirma que o ideal é gravar nas melhores condições, sempre. Afinal, pra quê se faz então um trabalho se não estamos tirando o melhor dele(no sentido artístico, tá, porque no mercadológico, isso faz TOTAL sentido)?

    Independente do prejuízo que a qualidade terá em sua adaptação para a mídia A ou B, sua originalidade e essência é única, não deve ser descartada já no início do processo. :/

    É a dita cuja AURA da obra de arte, hehe

    Enfim, pra variar, tento ver um outro lado da coisa…

    • 21/05/2009 às 10:27 pm

      Você está certa Rany

      Por mais que eu falei uma aspecto bem técnico, acho que a música merece tudo o que você pode e deve dar para ela.

      Na hora de formatar a música como um produto, se você deixar de lado a mística da composição e tudo o que envolve esse processo quase mágico, você vai estar criando um enlatado, que pode até ter suas qualidades, mas vai continuar sendo um enlatado.

      Toda situação tem dois lados, às vezes três, quatro e por ai vai, e essa é uma delas. Até que ponto, o corte de qualidade na tecnologia afeta a obra de arte? Faz diferença em um quadro, a marca da tinta que está sendo usada? Eu acho que sim!!!

      Por isso, o recurso que estiver a disposição deve ser usado, às vezes até recursos fora do alcance, devem ser buscados!

      Beijos e obrigado pelo comentário!

  4. 6 Marinho
    03/06/2009 às 8:50 pm

    Bom, eu sou um proprietário de uma loja de projetos de som automotivo em Piracicaba – SP; e, assim sendo, tenho componentes de alta qualidade instalados no meu carro… ainda nao troco os cd´s por nada que se tenha inventado recentemente falando em qualidade sonora, a pureza, o brilho do som numa mídia física pra mim ainda nao foi superada. E, é terrivel quando chega aqui as vezes aquele cara que nao ta nem ai pra nada e me fala que comprou um aparelho hbuster nas casas bahia e os quatro auto-falantes tambem pra gente instalar aqui tal e o cara me pergunta se é bom… meu voce pega um cd qualquer (original) coloca num sistema de som com focal e dps voce coloca o mesmo cd no sistema com hbuster é simplesmente absurda a diferença da qualidade de som, então, é aí que entra a minha opinião: nesse caso de voce ja ter no carro um hbuster com os falantes hbuster com o material similar a uma garrafa pet nao vai importar qual eh a midia, a final de contas voce ja se sujeitou ao pior sistema possivel entao que diferença isso vai fazer me diz ? Agora, se seu sistema de som ja eh considerado um sistema de som considero notavel a diferença sim… e, aproveitando aqui o comentário, gostaria de saber se voce tem o conhecimento de como eu posso fazer pra almentar a qualidade das minhas musicas ? gosto muito de musica eletronica e o bom disso eh que elas ja vem em qualidade boa… mas comprei um cd do mesmo genero e percebi imensa diferença na qualidade… se souber como me esclarecer me responde no e-mail marioguidolin@msn.com
    valeu pela atencao, abraco

    • 04/06/2009 às 7:19 pm

      Olá Mário,

      O seu comentário é a maior verdade que existe, se um sujeito paga dois reais para comer um hamburguer, ele não pode querer ter a mesma qualidade de um sanduiche que custa 20 reais correto?

      Você recebe por aquilo que você paga!

      E com sistemas de som não é diferente. Som automotivo ainda mais, porque afinal o carro não foi feito para se ouvir música, então ter um bom sistema para ter fidelidade e qualidade é complicado, mas eu já ví projetos excelentes! Muito mais do que somente aquelas pessoas que jogam o espaço da mala fora para rechear de caixas, somente pensando em fazer barulho

      Em relação a sua pergunta, essa questão de melhorar o áudio é muito relativa, um CD que já veio com uma qualidade inferior, pode até ser melhorado, mas não é possível fazer milagre. Em geral uma boa mexida na equalização já vai ajudar bastante.

      Eu tenho um CD do Judas Priest, que foi gravado em 1900 e outrora, que a masterização é bem fraca, típico CD da década de 70, sem graves e agudos, somente médios, parece que eu estou ouvindo uma fita K7. Mas sempre que eu ouço ele, faço questão de mudar a equalização do meu som, para dar uma melhorada nisso.

      Espero ter ajudado, qualquer coisa, pode me mandar um e-mail diretamente.

      Obrigado pela visita!


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